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Uma história

data-filename="retriever" style="width: 100%;">"Eu já entendia que seria medida por outra régua. Como a única primeira-dama afro-americana a pisar na Casa Branca, eu era "de outro tipo". Eu teria que ser melhor, mais rápida, mais inteligente e mais forte do que nunca. Meu direito precisaria ser conquistado, muitos americanos não se viam em mim e não se identificavam com a minha trajetória".

Essas são algumas das frases da ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, em seu livro: Minha História. Nele, ela conta como foi a sua trajetória, desde a infância, em Chicago, até ocupar o posto na Casa Branca. Muitos pensavam que, pelo fato de ela estar em uma das posições mais importantes do mundo, não sofreria discriminação. Grande engano.

As experiências relatadas no livro, mostram que a discriminação racial está em todos os lugares e grupos sociais. Não existe proteção contra ela. Segundo Michelle Obama: "Vivemos com essas pequenas feridas, que sangram dia a dia, contudo, são com as dificuldades que criamos resiliência. Você nunca deve ver os seus desafios como uma desvantagem. Em vez disso, é importante entender que as experiências que você adquire enquanto enfrenta e supera as adversidades são, na verdade, suas maiores vantagens."

Para o sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), Emerson Rocha, que desenvolveu um estudo com base em dados do IBGE sobre o negro no mundo dos ricos, a percepção do racismo aumenta ao longo da distribuição de renda. "Quanto mais alto na escala social o negro subir, maior é o peso do racismo, contrariando a ideia de que, se ele enriquece, é socialmente aceito como branco." Diz mais o sociólogo: "o que se observa é que, à medida que os negros ascendem, novas formas de discriminação vão ganhando espaço. Para muitos, um corpo estranho e fora do lugar." Sua explicação é de que o negro em posições subalternas tende a ser confrontado com menor frequência pelo racismo pelo fato de estar no que poderia ser chamado de "posição natural", ao sair desse espaço, gera estranhamento, surpresa ou rejeição e está mais suscetível às manifestações de preconceito."

Minha História também fala sobre o papel da mulher na sociedade e como as conquistas da ex-primeira-dama dos Estados Unidos romperam alguns estereótipos. Ela apontada a educação como fundamental para que se diminua a desigualdade e supere o preconceito. Entender formas distintas de viver, pensar e agir é fundamental para conhecer a própria história e assumir uma postura respeitosa diante do outro. Isso precisa ser estimulado desde a infância, para que as crianças cresçam empáticas e sem preconceitos.

Ela também mostra a importância do senso de disciplina e de responsabilidade para o êxito de qualquer projeto. "Nem sempre você terá uma vida confortável e nem sempre você estará apta a solucionar todos os problemas do mundo de uma vez." No entanto, ela aconselha: "Nunca subestime a sua importância porque a história já nos mostrou que a coragem pode ser contagiosa e que a esperança pode ter vida própria."

É um livro bastante interessante, principalmente, para as pessoas que passam por desafios cotidianos e que têm suas capacidades limitadas por preconceitos.

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